domingo, 21 de outubro de 2012

Special Report: Atlanta Collectibles Show 2012

Em mais uma cobertura especial, o Manaus Spotting Team traz um pouco do que aconteceu no Atlanta Airline Collectibles Show 2012, uma grande feira de colecionismo que ocorre nos hangares da Delta Air Lines. Nosso colaborador Rogério Ruiz conta um pouco do evento, da paixão em cada centímetro do hangar e da sensação de estar perto de uma aeronave histórica, o Boeing 767-200 Spirit Of Delta.


Um dia muito especial – Delta Heritage Air Museum
Por Rogério Ruiz



Depois de disfrutar da bela cidade de Atlanta, na sexta à noite, véspera de voltar para Miami, resolvi buscar no Google por uma loja de modelos naquela cidade. Afinal, meu voo só partiria as 14h, o que deixaria toda a manhã livre para alguma atividade. E o que eu encontrei foi muito melhor do que qualquer loja de modelos: nos resultados do Google surgiu um link entitulado “Atlanta Collectibles Airline Show” que aconteceria no “Delta Heritage Air Museum” - que eu nem sabia existir - e na hora eu pensei que deveria ser interessante. Mesmo que eu ja tivesse perdido o evento ou que ja não estivesse mais na cidade, eu decidi ver como era. E qual minha surpresa ao ver que o show seria na manhã seguinte, a partir das 9h! E melhor! O folheto on line dizia “o Boeing 767 Spirit of Delta estará aberto para visitas”. Eu mal podia acrdditar! Arrumei o que faltava da bagagem e fui dormir imediatamente para poder acordar cedo.

Saí do hotel em torno das 8h da manhã em direção ao gigantesco aeroporto de Hartsfield. Como eu estava com minha bagagem, decidi ir dieto ao terminal e lá decidir o que fazer: despachar a mala no balcão da American Airlines ou guardá-la em algum lugar para estocagem. Desci do taxi em frente ao terminal 1 North, o mais antigo, que tem dentro uma estação do“Marta” (metrô da cidade de Atlanta). Fui ao guichê da AA saber se eles aceitariam minha bagagem, pois eram pouco mais de 08h30 da manhã e meu voo só sairia as 14h05. Aceitaram sem problemas! Despachei a bagagem, peguei meu boarding pass e fui direto para o ponto de taxi, de onde rumei para o Delta Boulevard.

O Delta Boulevard fica ao norte de Hartsfield e leva aos terminais cargueiros do aeroporto. É uma avenida larga, arborizada, cercada de prédios da companhia que lhe dá o nome. Na entrada do complexo, lê-se “Delta Worldwide Headquarter”. Fomos direcionados a entrar pela parte de trás do complexo, passando pelos terminais cargueiros. O taxi parou na porta de um grande hangar onde havia uma placa indicando o show. Desci, paguei a corrida e quando olho pra cima, vejo uma deriva branca e azul brilhando dentro do hangar. Era enorme! Confesso que fiquei nervoso e boquiaberto. Era o Boeing 767-200 Spirit of Delta, N102DA. Era minha primeira possibilidade de ficar tão perto de um 767. Para quem trabalha na área, isso é besteira, mas para mim, poder estar assim tão perto de um avião e sem restrições de segurança, era algo inédito. A entrada do evento era paga, US$ 5,00 (sim, CINCO dólares!). Claro que achei barato, mas eu nao tinha idéia do quão barato era aquilo, em vista do que o show tinha a oferecer.















O Boeing 767 Spirit of Delta era a atração principal do evento. Ao redor dele, variás mesas de expositores-vendedores ofereciam coisas que qualquer fã de aviação civil jamais poderia sonhar. Para colecionadores então, o paraíso era ali. Nessa altura, eu nao sabia se olhava para o belo e muitíssimo bem conservado 767 ou se olhava o que havia para vender nas “lojas” – sim, cada mesa era uma loja, com os mais diversos itens. Ainda era cedo, o evento acabara de abrir e alguns vendedores ainda arrumavam suas coisas. Fui até a escada do 767, mas fui avisado que estavam abrindo e preparando o avião. Continuei e fiz um “walk-around” para ver o que havia para vender. Imediatamente lembrei dos meus amigos do Manaus Spotting Team, formado em sua maioria por fotografos, sim, mas também colecionadores de algum item, seja modelos, safety-cards ou algo relacionado à aviação. E tudo isso estava ali. Encontrei camisetas, kits de plastimodelismo de varias marcas e modelos variados, decias, modelos de metal em todas as escalas disponiveis, livros, fotos, postais, quadros, desenhos, safety cards dos mais variados com media de preço de US$ 2,00 cada, copos de cristal da primeira classe, xícaras, talheres, bandejas, pins, bottoms, modelos de fibra de vidro de tamanhos surpreendentes, poltronas diversas, galleys e até “crew rest bins” ou “sarcófagos” como são conhecidos os beliches para descanso da tripulação dos widebodies estavam a venda. Era pagar e levar.


                             








Voltei ao Boeing 767 e já estava tudo pronto. O avião está em perfeito estado de conservação. A cabine está protegida por um anteparo que nao permite a entrada, mas pode tirar fotos a vontade. De poltronas, estao as da classe executiva e as quatro primeiras filas da economica. A parte central do avião, sobre as asas, foi transformada numa “memorabilia”, com fotos, miniaturas, notícias e a história do 767 “mascote” da Delta. No centro, há um“matt” de aeroporto na escala 1:400 com varios modelos da Delta; no fundo, a galley da economica com dois bonecos vestidos nos uniformes da decada de 80. Mas o interessante é a história do avião. Ele foi comprado pelos funcionarios da cia aerea com descontos em seus salarios e doado à companhia. Era o segundo 767 da empresa e recebeu o nome “Spirit of Delta” por representar esse espírito de comprometimento dos funcionários com a empresa. Pode até ser questionável, mas foi o que aconteceu, segundo registros. O avião foi escolhido como“outdoor” da empresa e usou a pintura comemorativa dos 75 anos da cia, bem como as cores das Olimpíadas de 1996. Ele está no museu com a ássica e belíssima pintura widget.






















Depois de mais ou menos uma hora rodando ao redor e embaixo do 767 e – claro – comprando algumas coisas, descobri que havia ainda um segundo hangar, ao lado, onde estavam um DC-3, a loja do museu e outras aeronaves históricas para a Delta. Na verdade, isso estava escrito no folheto do evento, mas eu fiquei tão abobalhado que simplesmente essa informação desapareceu da minha mente, causando uma certa surpresa ao ler a placa q indicava o caminho até o outro hangar. Lá, o DC-3 igualmente impecável, brilhava com o feixe de luz do sol e a seu lado, a “Delta Museum Store” recebia muitos visitantes. A loja funciona dentro da seção dianteira de um Tristar L-1011 devidamente equipado com a cabine de comando e os bins da cabine de passageiros. Lá, modelos da Delta na escala 1:400 da Gemini Jets com preço especial de US$ 15, cada (!!!), camisetas, adesivos, canecas, year-books, revistas de bordo, postais, fotos, pins, lenços, bonés, talheres, louças, enfim, tudo que voce puder imaginar com o logotipo e avioes da Delta, voce encontra ali.











Saí da loja, dei mais uma volta pelo hangar 2 e fui comer alguma coisa, ja que não teria tempo de almoçar. Comi um “biscuit” – um saduíche com pão redondo, menor que o de hamburguer – com queijo e ovo mais um refrigerante por US$ 3,00. Segui de volta pra o hangar do 767, agora ja com muita gente visitando, olhando e comprando bastante! Eu, sem minha mala, só tinha minha mochila para colocar as coisas. Acomodei o maximo que podia, mas nao tinha condições de comprar muitas coisas mais. Ainda circulei mais umas duas vezes, tirei mais algumas fotos, mas me dei conta que ficar ali, só me faria comprar algo mais que eu nem poderia carregar. Decidi ir embora.






Saí de lá e segui a pé até a entrada principal do complexo, onde a segurança chamou um taxi. Voltei a Hartsfield e embarquei para Miami, feliz como poucas vezes me senti na minha vida. Agora, ja estou planejando ir para esse mesmo show no ano que vem, na mesma bela cidade de Atlanta. Será que alguem gostaria de me acompanhar?

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Flight Report especial: MAO-MIA pela American Airlines

O Manaus Spotting Team traz neste sábado a primeira parte deste Flight Report especial: voe entre Manaus e Miami nas asas do novo serviço da American Airlines. Na segunda parte voaremos de volta ao coração da Amazônia a bordo dos 737 prateados da AA.


A American Airlines lançou seu novo vôo MIA-MAO-MIA em 14/06/2012, sendo a segunda empresa a oferecer o serviço sem escalas entre as duas cidades e o terceiro player a concorrer nas rotas Manaus-Estados Unidos, junto da TAM e Copa Airlines.


AA 964 MAO-MIA



American Airlines
Boeing 737-823 N886NN
Foto via FlightAware





Texto e fotos por Rogério Ruiz

Chegar ao aeroporto de Manaus naquela noite foi um pouco diferente do costumeiro, pois devido às obras de expansão, o estacionamento foi reposicionado para uma área provisória com uma entrada diferente do anterior. Até existem placas indicando a mudança, mas de noite, sem nenhuma iluminação sobre as mesmas, a maioria dos motoristas desavisados passam direto e vão fazer o retorno mais adiante. Ainda bem que para voos internacionais, sempre tomo o cuidado de sair com tres ou quatro horas de antecedencia, para evitar imprevistos. Melhor esperar no aeroporto do que ter uma surpresa desagradável.

O check-in ja estava aberto e, apesar da antecedência de tres horas, já havia alguns passageiros sendo atendidos. O atendimento estava lento, mas imaginei que fosse pelo pouco tempo da companhia na cidade e consequente falta de experiencia da equipe, afinal, havia pouco mais de uma semana do início das operações da American em Manaus.

No guichê, o atendente foi simpatico e atencioso. Mas como todo voo para os Estados Unidos, ele fez várias perguntas de segurança como quem fez as malas, se o celular era nosso, com quem o celular havia estado, se haviamos recebido algum pacote de estranhos, etc. Perguntas respondidas, documentos conferidos, o rapaz imprimiu os cartões de embarque e nos entregou, informando que o embarque iniciaria por volta de uma hora antes da saída do voo.

Saímos do check-in e voltamos mais tarde para passarmos para a sala de embarque. Passamos pelo raio-x e logo em seguida pela Polícia Federal para apresentação dos passaportes e logo estávamos na sala de emabarque 5, aguardando a chamada para o voo.



Boarding passes na mão, embarque no grupo 4

Sala de embarque internacional do Eduardo Gomes, aos poucos ficando cheia


Embarque anunciado, nos dirigimos à ponte F, onde nos esperava um reluzente Boeing 737-800 com winglets da empresa. De noite, era dificil ver o registro, mas descobrimos tratar-se do N886NN e, para nossa agradável surpresa, era um dos novos equipamentos já com SkyInterior. 

O N886NN é um avião novíssimo. Realizou seu primeiro vôo de teste em 20/02/2012, sendo entregue à American Airlines em 08/03/2012. Seu número de frota AA é 3HV, número de série 33233 e número de linha 3950. Seus motores são os já tradicionais CFM56-7B24 e SELCAL AEKL.

Na porta, o símbolo da aliança OneWorld e do Wi-fi em voo – serviço que só está disponível nos voos domésticos. O avião cheirava a novo! De diferente, quase tudo! A iluminação mais bonita e melhor distribuida pelo teto, que tambem recebeu um novo design, juntamente com os bins, mais práticos e mais fáceis de abrir e fechar. Sobre os assentos, os controles de luzes e saídas de ar condicionado totalmente redesenhados, mais bonitos e muito mais práticos do que o antigo. Quanto às poltronas, ao reclinar o encosto, o assento desliza para frente, tornando o pouco reclínio mais confortável. E o pitch das filas é imcomparavelmente melhor do que o utilizado pela Gol. Durante o embarque, a simpática tripulação, sempre sorridente, saudava os passageiros. Uma das comissárias traduzia todos os “speeches” do comandante em portugues perfeito. Era brasileira! Isso foi um reconhecimento claro da importancia do mercado brasileiro para a American Airlines. 



Embarque no portão 5, ponte F-13
O patch azul da OneWorld na porta do 737
Iluminação padrão dos 737 Sky Interior

Saídas de ar-condicionado do 737 Sky Interior
Final do embarque e ótima ocupação

Terminado o embarque, percebemos que a ocupação estava excelente, pois havia pouquíssimos assentos vazios. As 23h50, horário estimado de saída iniciamos o push-back. Motores acionados, flapes em posição cinco e... seguimos parados. Alguns miutos depois, o comandante anuncia que havia uma discrepância entre os dados do computador de bordo e os dados da documentação entregue pelo pessoal de terra, afetando o balanço da aeronave e que retornaríamos ao gate para averiguação, mas que não iríamos demorar. 

Voltamos ao portão F e os motores foram cortados. Vinte minutos depois, o comandante anuncia que o problema foi resolvido e que logo partiríamos. De fato, à 00h20, fomos empurrados novamente para a taxiway do pátio. Iniciamos um taxiamento rápido e à 00h25, entramos na pista. As luzes e estrobos de decolagem foram acionadas. Sem esperar muito, as manetes foram levadas à frente, fazendo os motores roncarem alto e logo nos sentimos comprimidos nos assentos, enquanto o Boeing disparava pela pista. A corrida foi longa – decoalmos logo antes da marca dos mil da cabeceira oposta - e a aeronave deixou o solo suavemente, iluminada pelas luzes da cidade.

Curvando à esquerda, voamos paralelos à pista e depois curvamos à direita, rumo ao norte; o comandante informou-nos que o tempo em rota era bom com poucas áreas turbulentas e que o tempo de voo seria de 4h50, com chegada prevista para as 05h20 da manha, horário de Miami.


Prontos para o push....

...push realizado mas....

... a aeronave retornou ao gate F.


Uma hora apos a decolagem, teve inicio o serviço de bordo. Para um voo na madrugada, o menu foi dentro do esperado. Foi servido um sanduiche frio de queijo e peito de peru com tomate e alface, um pacotinho de batatas fritas e uma tortinha de cupuaçu com chocolate. Para beber, refrigerantes, agua, sucos e café. Correto, mas nada excepcional.


Serviço de bordo do AA964



Depois do serviço encerrado, era hora de dormir um pouco para que as quase cinco horas de voo passassem logo. Às 04h45 da manhã, iniciamos a descida para pouso em Miami. A tripulação passou pela cabine recolhendo os ultimos resíduos e verificando cintos de segurança e posição dos encostos. Entramos em Miami pelo sudeste e curvamos primeiramente à esquerda e depois à direita para interceptar o ILS da pista 09.

Às 05h25, o comandante trouxe as manetes para idle, arredondou e o Boeing 737-800W tocou o solo americano, retornando para sua base. Havia passado somente dez minutos além do horario previsto para chegada do voo. Taxiamos ate o gate D39. No desembarque, comprovamos a eficiência da companhia: durante o check-in em Manaus, foi solicitada uma cadeira de rodas no desembarque para a esposa do colaborador do MSTeam, que tem dificuldade de locomoção. O equipamento – devidamente sinalizada com o sobrenome da passageira um painel eletronico - havia sido providenciado e um funcionario estava aguardando. A imigração foi rápida (outra agradável surpresa) e as malas ja estavam fora da esteira quando descemos para o piso de desembarque. Assim, pouco depois das 06h, estávamos a caminho do trem que nos leva ao Car Rental e tínhamos todo o dia para aproveitar a cidade.


APP para a RWY09 de KMIA

Curta final para a 09



 O voo da American Airlines tem tudo para se tornar o favorito do mercado amazonense. O horario de chegada proporciona aproveitar o dia inteiro na cidade de Miami, ou ainda, tomar qualquer conexão da companhia mesmo no banco de voos mais cedo, que decolam por volta das sete da manhã.