sábado, 11 de junho de 2011

Flight Report: VCP-SDU no Embraer 190 da Azul

O Manaus Spotting Team traz mais um flight report: voe nas asas do Embraer 190 da Azul entre Viracopos e o Santos Dumont. A autoria do FR é de Wesley Lichmann.



 
Azul Linhas Aéreas Brasileiras
Embraer 190 PR-AZD "Pássaro Azul"
Foto por BravoAlpha




AZUL - AD 4010 VCP-SDU


Opções, preços e horários não faltam para a rota mais concorrida do Brasil, o filet-
mignon de nossa aviação comercial. Todas as grandes oferecem horários ótimos e com
muita flexibilidade, ainda mais em um sábado, dia tradicionalmente fraco na aviação
Brasileira.

Consultei todas as companhias, verifiquei o custo beneficio de cada uma e optei pela
Azul, por três motivos: estava localizado na cidade de Louveira interior do estado de
SP, preço e o horário desejado. A segunda opção ficou com a Avianca, já que tenho
muita vontade em experimentar os serviços tão elogiados da empresa. Mas o fator
localização pesou na compra.

Tickets comprados, agora era hora de esperar o amanhecer e pegar o primeiro voo que
Azul oferece na sua “Ponte-Aérea Alternativa” digamos. O primeiro voo - AD 4010 - sai
de Viracopos as 6:40 da manhã, tocando o solo carioca as 7:52.

Exatamente as 5:30 já realizava o check-in em um dos totens disponíveis no canto
direito da área de check-in do terminal de Viracopos. As filas de todas as empresas que
operam em VCP se encontravam cheias naquele momento. Aqui fica uma observação:
A AZUL abriu um gigantesco o mercado que estava com demanda reprimida, mercado
este que é o do interior do estado de São Paulo. Viracopos que ate poucos anos
registrava movimento tímido, hoje se encontra saturado assim como dezenas de
outros aeródromos Brasileiros.

Já na lotadíssima sala de embarque, aguardava atendo para a chamada do AD
4010, este que seria efetuado pelo Embraer ERJ-190 de registro PR-AZD e batizado
de “Pássaro Azul”. A chamada para o voo AD 4010 era efetuada uma bela fila formada,
sinal de que o voo estaria com quase a totalidade de seus assentos ocupados.




Embarque pelo pátio, através da escada e porta dianteira do AZD



O PR-AZD se preparava para a sua jornada de voos de sábado, começando a ser
iluminado pelos primeiros raios de sol em solo Campineiro. A Aeronave foi entregue
a Azul no dia 14/05/2009, provavelmente uma das remanescentes da jetBlue, pois a
aeronave possuía telas individuais em cada assento.




Os primeiros raios de sol iluminam as aeronaves em VCP


Portas fechadas e com 5 minutos antes do horário previsto iniciávamos nosso
tratoramento para o pátio de VCP, eram dezenas de ERJs da Azul, um ou outro Gol
e TAM, literalmente era existem momentos que o atual Viracopos pertence a Azul,
parece que foi feito pra ela, como se encaixou perfeitamente, mas o já saturado
terminal precisa de ampliação.




Embarque encerrado, push-back iniciado



Giro motor 2, giro motor 1 iniciávamos nosso taxi via pátio, C, D, ponto de espera da
15. Sem trafego o AZD já executava uma rolling takeoff deixando o solo Campineiro via
saída Bragança – Grin e interceptando o eixo da UW 63 no famoso tubulão.


AZD subindo na proa do SDU


Durante a nossa subida ao 290 o serviço de bordo se iniciara e como de praxe as
anotações de bebidas de cada passageiro eram anotadas e logo depois a cesta com os
famosos Snacks sendo: Batata chips, cookies, goiabinhas.

Sou grande fã de snacks apesar de o horário não ser a opção mais saudável, o serviço
de bordo é digno para a rota de pouco mais de 45 minutos.

E continuávamos nossa subida.


Snacks personalizados da Azul no serviço de bordo


O rápido serviço de bordo era finalizado, todos que aceitaram estavam desfrutando
das opções das bebidas. O PR-AZD é uma das aeronaves que comtempla telas
individuais em cada assento na programação ao menos por enquanto, programas
gravados pelos canais GLOBO SAT e o flight map. Em entretenimento a Azul bate neste
quesito, mesmo que sejam programas gravados o fato de ter algo pra passar o tempo
de voo agrada o passageiro, ainda aguardamos a tão prometida TV AO VIVO pela Azul,
que enfrente problemas técnicos para e instalação da mesma.


Controle do entretenimento a bordo


Air show do AZD


Opções de canais a bordo


Em poucos minutos bloqueávamos São José dos campos e interceptávamos o eixo da
aerovia que nos levara até o Santos Dumont, que operava naquela manha a pista 02.

Em menos de 05 minutos no 290 atingíamos o TOP of Descend, executando a STAR
AFONSOS para pista 02.

Próximos de completar o AD 4010, a tripulação executava a limpeza da aeronave e os
procedimentos necessários para pouso no aeroporto central da capital Carioca.

A bela cidade do Rio, neste sábado amanhecia encoberta por uma camada que se
dissiparia ao longo do dia.

Continuávamos nossa descida via chegada AFONSOS, sempre executada com
speedbrakes armados, curvas a direita passávamos o traves do Galeão, ingressávamos
no circuito visual para pouso no belíssimo aeroporto Santos Dumont, cruzávamos a
região central do Rio de Janeiro curva a direita e lá surgia o aterro do Flamengo e ao
fundo o Santos Dumont.




AZD negociando descida para o SDU



Tocavamos o solo Carioca as 7:50 do sábado, dia este que foi sensacional na
companhia dos amigos e com uma belo almoço na Porcão e direito a caminhada por
Copacabana e visita de um amigo tripulante o dia e o dois voos (retorno realizado
no 4023) realizados pela Azul podem ser muito bem resumidos por uma palavra:
SENSACIONAL!!


Em solo carioca


Cabine de passageiros do "Pássaro Azul"


Cockpit do PR-AZD


Pão de Acúcar no prologamento da pista 20; o Rio continua lindo!

domingo, 5 de junho de 2011

Flight Report Air France/KLM: do Rio a Amsterdã no upper deck do Boeing 747

O MSTeam Files traz neste domingo um flight report bastante especial. Nosso colaborador e editor Frederico Cavalcante fez um dos últimos vôos entre Rio e Paris no Boeing 747 da Air France. Da Cidade Luz voe até Amsterdã nas asas da KLM.



Air France
Boeing 747-428 F-GITH
Foto por Zaninger Jonathan via Airliners.net



KLM - Royal Dutch Airlines
Boeing 737-8K2 PH-BGC
Foto por Mary Fraser via Airliners.net




AF 443 GIG-CDG
KL 1228/AF 8228 CDG-AMS


No final do ano de 2010 iniciei os preparativos para minhas férias a serem usufruídas em abril e maio do ano seguinte, e acreditem quando lhes digo que cogitei diversas possibilidades de destinos: já tinha em mãos o visto americano, mas desisti dos EUA. Pensei em St. Maarten, mas mudei de idéia. Acabei optando pela Europa e resolvi conhecer dois lugares que sempre despertaram meu interesse e que estão longe de estar entre os destinos mais badalados do Velho Continente: Amsterdã e Munich.

O dia 17 de abril de 2011 foi uma data especialmente aguardada durante seis meses. Seria não somente minha primeira viagem à Europa, mas nesse mar de sentimentos e no meio de muito planejamento havia um motivo em especial: planejei minha viagem ao Velho Mundo especialmente para voar nas asas de um dos mais belos aviões já construídos: o Boeing 747.

Havia três opções para realizar esta façanha: saindo de Guarulhos poderia voar no 747 da Lufthansa para Frankfurt ou da British Airways para Londres, e de lá pegar minha conexão para Amsterdã; contudo, considerando o fato de a família de minha esposa residir no Rio de Janeiro a escolha óbvia foram os vôos 443 (GIG-CDG) e 442 (CDG-GIG) da Air France, operados com o Boeing 747-400. Voaria do Rio até Paris e em Paris pegaria minha conexão para a capital dos Países Baixos.

Um detalhe que torna esta viagem mais apaixonante é o fato de o 747 da Air France estar com os dias contados no Brasil: o mês de abril de 2011 seria o último mês no qual o 747 voaria para o Rio de Janeiro, sendo substituído pelo Boeing 777-300ER, inicialmente em 03/05/2011. Após uma boa pesquisa de preços, a qual incluiu TAM, Lufhtansa, TAP e KLM, optei pela Air France por um segundo motivo: a chance de voar no upper deck do 747 sem ter que pagar os altos valores de uma classe executiva. Para quem ainda não sabe, o upper deck do Jumbo da AF é ocupado por 60 assentos de classe econômica.

Nos primeiros meses de 2011 recebo a notícia de que a substituição do 747 na rota Paris-Rio seria antecipada para o dia 27/04/2011. Como meu retorno da Europa estava marcado para o dia 02/05/2011 (o que SERIA o penúltimo CDG-GIG de 747), isso significava que a chance de voar no quadrijato da Boeing seria uma chance única, pois meu retorno seria nas asas do igualmente gigante Boeing 777-300ER.

Minha viagem estava marcada para o Domingo de Ramos, mas no dia anterior acessei o site da Air France e reservei um Seat Plus no upper deck, para mim e para minha esposa, ao custo de 70 euros por assento/vôo. Nos vôos acima de 9 horas a AF cobra 70 euros por esse assento, e naqueles inferiores a 9 horas o preço cai para 50 euros.

Na tarde de 17/04 compareci às 1300LT no check-in da Air France no Terminal 1 do Aeroporto Internacional do Galeão/Rio de Janeiro. O despacho de bagagem, no balcão 89 do TPS1, foi relativamente rápido e desembaraçado, todavia no sistema não constava a aquisição dos dois assentos do upper deck. Um rápido acesso via Internet 3G para resgatar o código da compra e pronto, estava com meus cartões de embarque e os da minha esposa, para os dois vôos que eu cumpriria nas próximas horas: o AF 443 entre Rio-Paris e o KL 1228/AF8228 entre Paris e Amsterdã, este operado com Boeing 737-800 da KLM. Junto com os cartões de embarque a atendente entregou um pequeno manual que explica como fazer as conexões no Charles de Gaulle em Paris. Resumidamente, meu vôo desembarcaria no Terminal 2E e meu vôo seguinte sairia do Terminal 2F. O tempo entre uma conexão e outra era de uma hora e quarenta minutos.

Após despachar a bagagem houve tempo para relaxar e fazer um lanche na Sala VIP Centurion Club, destinada aos usuários dos cartões de crédito American Express a partir da categoria Gold. O relógio marcava 15h e já era hora de embarcar. O horário previsto de partida do AF 443 era 1620LT.


Balcão 89, faltando pouco mais de 2h para a partida


Visão do TPS1 do GIG, com os passageiros do AF443 fazendo check-in ao fundo


Entrada da Sala Vip American Express do GIG


Lanches e bebida à vontade antes do embarque


Cartões de embarque das duas pernas junto do guia de conexões em CDG


Panorâmica da Sala VIP


No gate 10 estava o Boeing 747-428 de matrícula F-GITH, que faria mais uma travessia do Atlântico Sul naquela noite. O F-GITH (CN 32868/1325) é um avião relativamente novo, tendo voado pela primeira vez em 05/03/2003 e sendo entregue à ILFC e repassado para a Air France em 31/03/2003. Um detalhe interessante é que em julho de 2010 o F-GITH, voando no mesmo AF443 teve que alternar REC devido a uma suposta ameaça de bomba. O SELCAL do F-GITH é HPDQ.


F-GITH no gate 10



Ao entrar no avião imediatamente subi as escadas em direção ao upper deck e verdadeiramente senti algo muito especial. Fui o primeiro a adentrar a cabine e impressionei-me com o bom nível de conforto oferecido para uma classe Y. Eram dez fileiras (60 a 69) com assentos dispostos na configuração 3-3 (A/B/C-J/K/L). Logo ocupamos nossos assentos (66K e 66L) e a percepção do pitch generoso era nítida: enquanto os assentos da econômica padrão do main deck tinham pitch de 32 polegadas e 17,5 polegadas de largura, os assentos do upper deck tinham pitch de 34 polegadas e 18 polegadas de largura.



Parte traseira do upper deck


Pitch do assento 66K


Descanso para os pés


Visão geral do upper deck e das fileiras anteriores


Fileira 66 A/B/C


Pátio do GIG visto de minha janela


Os assentos das janelas (60-69A e L) possuem nas laterais (entre o assento e a janela) um compartimento de armazenamento de bagagem que pode acomodar até 20kg, e neste local podem ser acomodadas bolsas, sapatos e outros itens menores. Sobre o assento estavam travesseiro e manta, itens hoje somente vistos nos vôos internacionais.A configuração do F-GITH é de 40 assentos na Affaires Class (executiva), 329 na Voyageur Class (econômica – main deck) e 60 na Voyageur Class do upper deck.



Manta e travesseiro


Compartimento lateral de bagagem, capacidade 20kg


Aviso sempre importante!


O sistema de entretenimento dá as boas vindas


Vale ressaltar que nos vôos da Air France para o Brasil existe pelo menos um comissário que fala português, podendo ser francês ou brasileiro. Além disso vários comissários usam um pin vermelho com os dizeres SECURITE/SAFETY, sendo os mesmos os principais responsáveis pela segurança a bordo. O upper deck ficou a cargo de um casal de comissários, um deles fluente em português apesar de ser natural da França.

Durante o embarque percebi que o motor número 4 estava aberto para a realização de alguma manutenção e temi pelo atraso do vôo, já que minha conexão para AMS não era tão demorada. Todavia o atraso foi de apenas dez minutos e às 1630LT o F-GITH foi tratorado do gate 10 para o pátio do TPS 1 do GIG. Cinco minutos depois o 747 alinhava na pista 10 e os quatro motores General Electric GE CF6-80C2B1F roncaram alto, anuniciando o início da rolagem pela pista para a decolagem. 50 segundos depois o Jumbo deixava o solo brasileiro rumo à Europa. Diante dos passageiros encontravam-se 11 horas e 6 mil milhas a serem percorridas.


Motor #4 aberto antes da partida


Início de subida



Logo na primeira hora de vôo a equipe de comissários distribuiu o cardápio do vôo para os passageiros. Inicialmente foi servida uma rápida entrada, composta por snacks e refrigerantes, enquanto eu lia o cardápio e as opções disponíveis. Neste ínterim o sistema de entretenimento AVOD e as telas de 8 polegadas foram ligados e um pequeno saco de amenidades foi distribuído: lenços umedecidos, fones de ouvido, abafadores e tapa-olhos para aqueles que optariam por dormir mais tarde.




Bolsa de amenidades e controle do AVOD


Fone de ouvido, tapa-olhos, protetor auricular e lenços umedecidos


Cardápio...


...e as opções disponíveis para o jantar


No AF443 as opções de pratos principais eram fricassê de frango com tomate, azeitonas e abobrinha, além de arroz com legumes ou massa farfalle com salmão defumado e molho de estragão ao limão. Os pratos principais eram acompanhados de salada de cenoura com maçã, uvas-passas e peito de peru defumado, queijos, doces, torta de maçã como sobremesa e, claro, como manda a tradição francesa, baguetes à vontade distribuídos em enormes cestas.

Como opções de bebidas, além de água e refrigerantes (Pepsi e 7Up), a carta oferecia opções de champanhe (Canard-Duchene Cuvee Leonie) e vinhos brancos e tintos (Vin de Pays d´Oc 2010, produzido pela Couleurs du Sud). Optei pelo fricassê de frango, acompanhado por vinho branco. Para uma classe econômica a refeição estava muito bem servida. Após o jantar foram servidos café e chá para os passageiros. Sobrevoávamos o estado da Bahia próximo a Salvador, e saímos do continente rumo à imensidão do Atlântico pela cidade de Natal, após cerca de 2 horas e meia de vôo. Começava a travessia do “laguinho” e eu começaria a explorar o entretenimento do 747.


Snacks e refrigerantes de entrada


Refeição principal, muito bem servida


Em que pese o fato de o sistema de entretenimento do 747-400 da Air France não ser tão moderno quanto o do 777 ou do A380, o mesmo não deixa de ser muito bom e repleto de opções. Havia disponível uma vasta seleção de filmes, programas, séries, canais de áudio e biblioteca de CDs. Dentre os filmes disponíveis uma boa parte estava dublada para o português e muitos deles saíram recentemente do cinema, mesclados com filmes mais antigos e clássicos da tela grande. Minha primeira opção de filme foi Cisne Negro, com Natalie Portman e depois escolhi o clássico Os Intocáveis, com Kevin Costner, Sean Connery e Andy Garcia.


Menu principal do entretenimento a bordo


Trilha sonora do jantar


Minha opção de filme para a primeira metade do vôo


Durante o jantar cruzando o NE e saindo por Natal


Durante a madrugada a Air France disponibiliza aos passageiros um open-bar, com bebidas não-alcóolicas, snacks, sanduíches e sorvetes à vontade. Sobrevoando o Atlântico já próximo à costa africana fui até a enorme galley superior esticar as pernas, desci pela escada até o main deck (onde a maioria dos pax dormia, apesar de serem apenas 21h no horário de Brasília) e no retorno fiz um rápido lanche no espaço destinado ao open-bar. Retornando ao assento, dormi por meras duas horas até acordar já próximo de entrar no continente europeu através da cidade de Lagos, situada no extremo Sul de Portugal.

O F-GITH manteve-se inicialmente no FL320; durante a travessia o avião subiu para o FL340 e sobre a Ilha do Sal subiu para o FL350. A noite erstava clara e era possível ver as luzes de dezenas de cidades espanholas enquanto sobrevoávamos o coração da Península Ibérica.



No meio da travessia do Atlântico, perto de Cabo Verde


Adentrando a Europa pelo sul de Portugal


Air show e posição do GITH sobre a Península Ibérica


Ao amanhecer deixamos novamente de sobrevoar terra firme e sobre a Baía de Biscaia os primeiros raios de sol da segunda-feira, 18 de abril, davam o ar de sua graça. Ainda sonolentos os passageiros acordaram ao acender das luzes para que o serviço de café da manhã fosse servido. Faltavam 90 minutos para o pouso no Charles de Gaulle e a cabine de pax começava a se agitar.



E o upper deck começa a despertar


Antes do café uma rápida leitura na revista de bordo


Serviço de café da manhã


Amanhecer sobre a Baía de Biscaia


Iniciamos a aproximação e sobre a cidade de Paris, ainda sob a névoa do início da manhã, esa possível ver o rio Sena e a Torre Eiffel. O F-GITH ainda sobrevoaria o Stade de France e o Aeroporto de Le Bourget, antes do pouso na pista 8R do Charles de Gaulle, às 0735LT (0235 Hora BSB). Após o pouso taxiamos até a posição E51 no terminal 2E, de onde partiria para o 2F onde pegaria minha conexão para AMS em duas horas. Ao lado do F-GITH havia um line-up de respeito: estacionados nos outros Gates estavam outros widebodies, como um 777 e um A380 da AF e um A330 da China Southern.


Na aproximação para LFPG...


...sobrevoando a região central de Paris


Stade de France, St. Denis


Aeroporto de Le Bourget
Pouso às 7:35 hora local


Au revoir 747!


Line up de respeito com direito a A380 (F-HPJA)


A330 da China Southern ao nosso lado


O desembarque foi rápido e tranqüilo; logo na saída da ponte de desembarque os responsáveis pela triagem de imigração checavam passaportes e documentos dos estrangeiros que visitam a Europa. Foi-me exigido mostrar bilhete do vôo de volta e as reservas de hotel em meu nome e de minha esposa. Superado este obstáculo, era checar no enorme painel de vôos em qual gate embarcaria no KL 1228 para Amsterdã, no mesmo terminal 2F. O que impressiona é a grandiosidade do Charles de Gaulle: para ir de uma extremidade a outra do mesmo terminal foram nada mais nada menos do que 20 minutos de caminhada, até chegar aos balcões de raio-X e de imigração específicos para os vôos destinados à AMS.

Quarenta minutos após o pouso no CDG eu finalmente conseguiria chegar ao gate F33, terminal 2F, de onde embarcaria no KL1228/AF8228 para Amsterdã. A arquitetura do Terminal 2F impressiona pelo amplo espaço e pela utilização indiscriminada da luz natural para iluminar o prédio. No gate F33 estava o Boeing 737-8K2 da KLM – Royal Dutch Airlines de matrícula PH-BGC batizado com o nome “Pijlstaart/Pintail”, em alusão a espécie de marreco que habita no norte da Europa. O PH-BGC realizou seu primeiro vôo em 11/05/2008, sendo entregue a KLM em 29/05/2008; possui número de série 30361, line number 2619 e número de frota KLM GC-321. Possui um par de motores CFM 56-7B24, cada um com 24.200 libras de empuxo.

Ao lado do portão de embarque havia um monitor que, além do horário da partida, informava o tempo de duração do vôo até Amsterdã, o serviço de bordo do avião, os idiomas falados pelos comissários e as condições meteorológicas no destino. Por volta das 0900LT foi feita a chamada para o embarque pelo gate F33; rapidamente ocupei meu assento (22A) e ao nosso lado estava o retrojet da KLM (B738 PH-BXA) que partiria minutos antes para o mesmo destino.


Gate F33, Terminal 2F




Terminal 2F abusando da iluminação natural


Monitor ao lado do portão com informações sobre nossa chegada a AMS


Os 737-800 da KLM são configurados em 171 assentos: 108 da classe econômica entre as fileiras 11 a 30 (17 polegadas de largura e 31 de pitch) e 63 assentos da Europe Select Class entre as fileiras 1 (D/E/F) a 10 (17 polegadas de largura e 33 pitch, com tomada para notebook disponível).

Portas fechadas e às 0915LT o PH-BGC foi tratorado para o pátio, de onde taxiaria até a pista 09R, situada na extremidade oposta do aeroporto. Durante o táxi passamos ao lado do excêntrico Terminal 1 do Charles de Gaulle, onde a maioria era de empresas da Star Alliance. Pontualmente às 0935LT o BGC rolava pela pista e decolava rumo ao aeroporto de Schiphol. A duração prevista do vôo era de 85 minutos, com pouso programado às 1100LT.


PH-BXA, retrojet da KLM


Cabine de pax do BGC


Torre em CDG


O interessante e exótico Terminal 1 do Charles de Gaulle


Mais A380, agora da SIA


Durante o curto vôo até Amsterdã sobrevoamos diversos campos do interior da França. Rapidamente foi iniciado o serviço de bordo, que era bastante simples: as comissárias passaram com os trolleys com bebidas e com enormes caixas contendo duas opções de snacks: salgados de queijo e cookies. Apesar de não se tratar de um serviço elaborado, os snacks eram saborosos. Os refrigerantes foram servidos na apresentação de latas de 200ml.


Subindo rumo a Schiphol


Sobre os campos do norte da França


Revista de bordo da KLM


Snacks no serviço de bordo


Encerrado o serviço de bordo, já estávamos em descida para Schiphol. Durante a aproximação a névoa cinzenta dava espaço ao enormes campos de cultivo de tulipas que coloriam o dia desta manhã de primavera. Às 1027LT, meia hora antes do previsto, o PH-BGC pousava na cabeceira 06 da Kaagban e já era possível ver dezenas de aviões azuis da KLM. Minutos depois parávamos no gate D55 e após dezesseis horas de viagem eu finalmente chegava ao meu destino final e a duas semanas de férias da Holanda, Alemanha e Áustria. Como paramos em um dos gates mais distantes, no desembarque havia um carrinho do Airport Caddy para levar a mim e a minha esposa (portadora de necessidades especiais) até o setor de restituição de bagagem a qual logo sairia pela esteira 11, uma das mais de duas dezenas que existem no desembarque de Schiphol.



Campos de tulipa na aproximação para a Kaagban


Reversos abertos após pouso na 06 da Kaagban


KLM a perder de vista


Dois ícones de Schiphol: MD-11 da KLM e os títulos do aeroporto no Panorama Terrace


Para quem chega ou sai de Schiphol, a principal opção de transporte são os trens da Nederlandse Spoorwegen (NS) que saem do aeroporto para qualquer lugar da Holanda. De Schiphol para a Centraal Station de Amsterdã o ticket custa 3,70 euros e pode ser adquirido em máquinas eletrônicas. Contudo, minha intenção inicial não era de ir logo embora: meu desejo era conhecer o famoso e fenomental Panorama Terrace de Schiphol. Com esta belíssima visão de parte dos widebodies na rampa encerramos este flight report.