O especial Seattle continua, com o primeiro dia de fotografia em Paine Field em meio à chuva e ao frio inclemente.
Especial Seattle - No Ninho das Águias parte II
Por Rogério Ruiz e Sérgio Brandão
Dia 12 de Dezembro, quarta-feira.
A diferença do fuso de quatro horas a menos em relação a Manaus, a hora tardia em que o sol começa a nascer no hemisfério norte durante o inverno e a viagem exaustiva do dia anterior nao foram fatores suficientes para manter-nos no quarto do hotel. Afinal, havíamos voado muito e estávamos bem longe de casa pra ficar ali, mesmo que lá fora ainda parecesse quase noite e que fizesse um frio de quatro graus. Acordamos por volta das 07:30 da manhã.
Na noite anterior, apesar de ter sido solicitado, o hotel nos acomodou num apartamento do lado oposto ao do aeroporto e a primeira coisa que estávamos dispostos a fazer era corrigir isso. Nos vestimos e fomos a recepção. Fizemos a solicitacao e fomos informados que deveríamos voltar por volta das onze da manhã para fazer a troca de apartamento para um com vista para o aeroporto. Fomos então para o Future of Flight, que abrira as 08:30, mas não sem antes passar pelo estacionamento do museu, com seu "morrinho", de onde sao tiradas algumas lindas fotos que vemos na internet.
747-8F da Cathay Pacific, Cargolux, Nippon Cargo e um 787 da Qatar
787 da ANA e Air India
Tail de 767 da LAN, 777 da Etihad e mais um 787 da ANA
SP-LRB, segundo 787 da LOT Polish Airlines
Entramos no prédio do Museu Future of Flight e fomos tomar algo quente. Ainda que ambos já estivéssemos familiarizados com a temperatura, quatro graus é um bocado frio, especialmente para dois caras vindos de Manaus e seu clima quente e úmido. Subimos para o "observation deck". Apesar do frio, não ventava muito, o que era algo bom, ja que o vento diminui ainda mais a sensação térmica. Era por volta das nove da manha e o sol ainda tentava vencer a espessa camada de nuvens, sem sucesso.
A primeira movimentação do dia foi o push back do Boeing 747-400 LCF (Large Cargo Freighter), o Dreamlifter (N747BC) que deixou sua posição da noite anterior e foi tratorado para um slot onde são feitos testes de motores. Alguma atividade tomou lugar ao redor do avião, a APU foi acionada, mas não passou disso.
Boeing 747 Large Cargo Freighter, o Dreamlifter
Mais tarde, por volta das 09:20, ouvimos sons de motores sendo acionados e logo identificamos a deriva de um Boeing 777-300ER somente com o leme estava pintado e identificamos como sendo da russa Aeroflot (VP-BGB). Ainda usando a camada protetora de vinil verde, o avião taxiou ate a pista 16R, bem na frente do deck do Museu. Foi um desfile, só pra se mostrar pra gente! Ele estava fazendo um "taxi test" e nada mais. Dali, voltou a seu lugar no pátio onde estava.
Aeroflot Boeing 777-300ER VP-BGB
Aeroflot Boeing 777-300ER VP-BGB
Aeroflot Boeing 777-300ER VP-BGB
Aeroflot Boeing 777-300ER VP-BGB
Depois de uns vinte minutos, mais movimentação e desta vez vimos um Boeing 747-8I todo branco taxiando para a 16R. Depois descobrimos se tratar do A40-HMS, Boeing Business Jet do Royal Flight of Oman, outro Emirado Árabe. Este sim, taxiou, alinhou e decolou presenteado-nos com sua beleza e com o som de seus motores em potencia de decolagem. Que avião majestoso!
Oman Royal Flight Boeing 747-8I Business Jet A40-HMS
Oman Royal Flight Boeing 747-8I Business Jet A40-HMS
Oman Royal Flight Boeing 747-8I Business Jet A40-HMS
Atraves de websites de monitoração de movimento aéreo - como Flight Aware, por exemplo), vimos que havia uma aeronave se dirigindo ao aeroporto e esperamos. Pouco depois das 10 da manhã, ouvimos ruído de turbinas, mas com o teto muito baixo, não víamos nada. Então, por entre as nuvens, surgiu um Boeing 737-900ER da Lion Air (N5573L). Mas ele não pousou. Estava em voo de teste de go-around, acelerou e subiu novamente, entrando rápido na baixa e densa camada de nuvens.
Lion Air Boeing 737-900
O dia continuava muito nublado e não havia nenhuma previsão de qualquer movimento pelo Flight Aware ou qualquer outro site semelhante. Perto das onze da manha, decidimos entao descer e almoçar. No térreo do Museu, há uma cafeteria com preços muito bons. Há sanduiches frios, muffins, batatas chips em pacotes e alguns sanduiches que sao esquentados. Escolhemos algumas coisas e nos sentamos para comer. Depois, fomos ao hotel realizar a troca de apartamentos. A recepção nos designou um apartamento de frente para a pista! Agora sim! Perfeito! Missão cumprida, trocamos as bagagens de apartamento e voltamos ao deck do Museu.
E qual não é nossa surpresa ao constatar que o Dreamlifter havia mudado de posição e estava agora bem do lado do Museu, a poucos metros do deck! Perto como jamais pensávamos em ve-lo. No asfalto molhado, mas marcas dos pneus mostravam que a operação havia sido extremamente precisa, com uma distância mínima entre os trens de pouso e as luzes balizadoras azuis da taxiway. Infelizmente, perdemos a oportunidade de registar a manobra.
Mais do Dreamlifter
Operado pela Atlas Air
No pátio, nada de movimento... O Flight Aware voltou a mostrar atividade de aeronaves com destino ao aeroporto, mas por duas vezes, tratava-se de aeronaves pequenas, aviação geral. Por volta das 12h, mais um voos mostrado no aplicativo e finalmente escutamos o típico som dos reatores vindo das nuvens a nossa esquerda. Surgiu entao um Boeing 737-800W da Southwest (N8327A) que fez um belo pouso.
Por volta de 12:30h, nova movimentação no pátio, novo acionamento de motores. Finalmente, uma aeronave que queríamos muito registrar! Ao longe, vimos taxiando o Boeing 777-300ER da American Airlines (N718AN). O primeiro ja havia sido entregue a companhia texana da mesma maneira: todo cinza, com a deriva mais clara que a fuselagem. A nova imagem corporativa será lançada no inicio deste ano de 2013 e deve coincidir com o anúncio da saída da empresa da corcordata e da muito provável fusão com a US Airways. E registrar algo tão exclusivo foi muito empolgante para os integrantes do Manaus Spotting Team.
American Airlines Boeing 777-300ER N718AN
American Airlines Boeing 777-300ER N718AN
Agora, nós tínhamos dois aviões em voo e, claro, queríamos ve-lo s pousar. Mas depois de uma hora de espera e sem nenhum sinal dos dois, resolvemos dar uma volta e ver onde estavam os outros dois museus que ficam dentro da área do aeroporto.
Pelo caminho, paramos algumas vezes para registar o enorme numero de aeronaves Boeing 787 espalhados pelo aeroporto. Royal Air Maroc, ANA, Air India e outros completamente brancos estavam estacionados pelo aeródromo. Numa das paradas, vimos a deriva cinza clara do Boeing 777 da American taxiando. Haviamos pedido o pouso. Voltamos ao Future of Flight na esperança de fazer o pouso do Boeing 747 de Oman. Por volta das 14:30h já estávamos de volta a nosso posto. Mas o 747 nao aparecia nem nos céus, nem no Flight Aware... E a luz estava se deteriorando rápido, pois no inverno, o sol se põe muito cedo e ainda pior com o tempo nublado.
787s e aviação geral
Boeing 787 Royal Air Maroc
787 ANA
787 All White
787 All White
Eram 15:30h da tarde, mas parecia 18 horas. O dia havia sido relativamente fraco e já estávamos quase sem esperanças de ver mais alguma coisa, quando ouvimos o que parecia ser mais um acionamento. O sol, se pondo, ficou um pouco abaixo das nuvens. Foi o suficiente para registar o Boeing 787 da Qatar (A7-BCK), que iniciava o taxi! Mais alguns minutos e a aeronave novinha em folha passeava bem na nossa frente. Alinhada para decolar, o Boeing acelerou e disparou pela pista, logo arqueando suas asas e se erguendo no ar, desaparecendo logo na camada de nuvens.
Qatar Airways Boeing 787 A7-BCK
Qatar Airways Boeing 787 A7-BCK
Qatar Airways Boeing 787 A7-BCK
Já com a luz bem fraca, outra vez escutamos o característico som de turbinas. Das nuvens, surge então outro Dreamlifter! Com tão pouca luz, tentamos registrar, ainda que o resultado não tenha sido perfeito, valeu o registro.
O ultimo movimento do dia, ja quase completamente sem luz, foi o Boeing 787 da Qatar que voltou de seu voo de teste. Terminava ali nosso primeiro dia de spotting em Paine Field.