quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Especial Seattle - No Ninho das Águias parte I

Seattle é uma das mais importantes cidades da costa oeste americana, sendo mais conhecida por ser o berço de bandas e artistas conhecidos mundialmente. Contudo a cidade é também conhecida por sediar a Boeing, a maior fabricante de aviões do planeta, e assim tornou-se destino obrigatório de 11 em cada 10 entusiastas de aviação. Nesta série de artigos, de autoria de nossos colaboradores Rogério Ruiz e Sérgio Brandão, relatamos uma bela e apaixonante jornada rumo ao ninho das águias da Boeing.


Especial Seattle - No Ninho das Águias

Por Rogério Ruiz e Sérgio Brandão


Parte 1 - O dia mais longo: a viagem e a chegada.

Creio que a quase sempre chuvosa cidade de Seattle dispensa apresentações aos leitores de um blog sobre aviação, afinal, a maior cidade do estado americano de Washington ficou mundialmente famosa por ser o lar da Boeing. No ano passado eu tive a oportunidade de ir até essa longínqua cidade do noroeste americano, porém numa passagem rápida, onde conheci seus principais atrativos - inclusive a fábrica da companhia em Everett, ao norte de Seattle - mas sem muito tempo para me dedicar a "spotting".

Esse ano, o amigo e também spotter Sérgio Brandão me convidou para fazer uma viagem com o objetivo principal de spottear. E claro que o destino só podia ser Seattle. Topei na hora! E lá fomos nós! Aqui, vou tentar fazer um relato do que vivenciamos. Antecipadamente, peço desculpas pela qualidade de algumas fotos, pois  foram tiradas não só em nossas cameras, mas também na camera de um celular e por isso algumas nao tem qualidade tão boa. Mas acreditamos que o importante seja compartilhar essa experiência com vocês e, quem sabe, estimula-los a se engajarem em uma viagem semelhante.

Dia 10 de dezembro, chegamos ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes para embarque no vôo 964 da American Airlines com destino a Miami e conexão para Seattle... via Chicago/O'Hare! Sim, a conexão foi proposital. Além de nos permitir chegar muito mais cedo do que o voo direto, ainda teríamos a oportunidade de conhecer mais uma cidade. Ou melhor dizendo, mais um aeroporto. E que aeroporto! Então, estavamos muito ansiosos!

Ainda bem que, apesar de um pequeno atraso na chegada da aeronave, a saída não foi afetada e o Boeing 737-800 de matrícula N904NN que nos levaria a Miami decolou pouco depois do ETD, com ocupação bem satisfatória. Tínhamos uma conexão bem justa e qualquer atraso, nos faria perder o voo de prosseguimento. Chegamos a Miami numa manhã chuvosa, mas no horário estipulado e demos sorte de chegarmos antes dos outros voos procedentes de Sao Paulo, Belo Horizonte, Bogota e Buenos Aires e outras cidades, e conseguimos pegar uma fila pequena na imigração. Infelizmente, o tempo ganho na imigração foi perdido na alfândega, onde minha bagagem demorou muito a ser liberada. Entreguei a mala para redespacho e segui para a sempre lenta fila do TSA. Depois, tomei o trem do terminal 4 em direção a próxima estação e, apesar da vontade de fotografar lá de cima, fiquei com medo do horário e segui direto para o portão de embarque do voo para Chicago.
Final para pouso em MIA


Na pista durante decolagem para ORD


Ao chegar lá, encontrei Sérgio já sozinho na porta do finger, me esperando para entrar no avião. Menos de dez minutos depois, o Boeing 757-200 matriculado N619AA teve suas portas fechadas e iniciamos o taxi para decolagem do voo AA 1207 para Chicago/O'Hare. O 757 disparou pela pista e fez sua habitual subida no melhor estilo "foguete", iniciando sua jornada de duas horas e vinte minutos. Em poucos minutos, já estávamos bem alto sobre o sul da Flórida.


Decolagem de MIA


Alguma turbulência na subida, mas nada muito perturbador. O voo seguiu tranquilo, ainda que voando em céus encobertos em sua maior parte.

Depois de um voo na madrugada, nao foi difícil para este que vos escreve cair num sono tão pesado que nem vi o serviço de bordo. Apesar de pago (o famigerado "Buy On Board" ou "BOB"), o serviço da American é bastante razoável. Mas ja acordei na etapa final do voo, no inicio do procedimento de descida para o pouso. Abaixo, tudo era branco. E nao eram nuvens. Os campos das fazendas estavam cobertos de neve! Foi lindo ver aquilo!



Neve por todo lado


Ao nos aproximarmos do Lago Michigan, a neve foi ficando mais escassa e ja as magens do lago, nao havia nem sinal dela. Com o skyline dos arranha-céus da cidade de Chicago a esquerda do avião, fizemos uma curva a esquerda e alinhamos com a pista. O sol das nove da manhã dava um tom amarelado a cidade que contrastava com o ceu muito azul e sem uma unica nuvem sequer! Que dia lindo!







E a temperatura naquela linda manhã era de -4 graus celsius! Isso mesmo, quatro abaixo de zero. Aproximamos e pousamos na pista 28, situada ao sul do aeroporto. Na final, Chicago fez jus ao apelido de "Windy City", fazendo-nos "dançar" na short final. O pouso, entretanto, foi bom.

Taxiando pelas movimentadíssimas pistas do gigantesco O'Hare, o tráfego ja impressiona. Regionais, domésticos e internacionais de diversas companhias desfilando pelas taxiways... Seguimos ate o gate 15 do concourse K do Terminal 3, em frente ao terminal 5, intercontinental.  Neste, somente duas aeronaves: um Boeing 777-200 da Air India e um outro Boeing 777-200 da Korean Airlines.

Boeing 777-200 Air India

Boeing 777-200 Korean


Nosso Boeing estacionou ao lado de MDs-82 e Boeings 737. Ao desembarcar, me deparei com um lindo Boeing 777-300ER da Japan Airlines, bem ao lado do gate onde desembarcamos. Como companhia membro da One World, a JAL divide o terminal da American, o que possibilitou iniciar os trabalhos fotográficos imediatamente!


Mad Dog da American, um clássico!

Boeing 777-300ER da JAL, ainda nas cores antigas


Alem do Triple-seven japonês, havia outros da versão -200 da American Airlines, todos com voos para o Oriente, como Shanghai e Tóquio, todos partindo do Concourse K. No concourse H, mais aviões da American. O'Hare fazia jus ao posto de um dos mais movimentados da América. Registramos a partida do JAL, um Boeing 747-400 da German Air Cargo, um Boeing 747-400 da German Air Cargo, e varios narrows. Infelizmente, o sol brilhava forte e contra nossa posição, impedindo fotos perfeitas. Mas os registros foram feitos.

777 da American no gate, rumo à Ásia


Boeing 737-800 American

777 da AA sendo carregado

Boeing 747-400F da Air Cargo Germany

Boeing 777 da AA no push


Tail 777 AA

MD-80 AA no taxi




As 11 horas, foi iniciado o embarque do voo 507 com destino a Seattle, cumprido pelo 737-800 de matrícula N963AN. Nessa etapa, peguei o assento 9A, que naquela configuração do 737 da American, ficava junto aos dutos de ar da aeronave, me deixando somente com uma janela disponivel. E justo essa janela, estava suja pelo lado de fora, deixando as fotos com uma mancha horrível. Fiquei muito contrariado, mas aquela altura, nao havia assentos de janela disponíveis. Lição aprendida. Mesmo assim, nao pude deixar de registrar um belíssimo Boeing 787 da United que taxiou bem ao nosso lado. Seguimos para a pista 32L, onde o 737 iniciou uma decolagem sem parada no ponto de espera, disparando pela pista e logo ganhando altura sobre os suburbios de Chicago. Mais quatro horas e meia e chegaríamos a nosso destino.


Sala de embarque em ORD

Já embarcado e um 777 ao nosso lado


O voo foi tranquilo e sobrevoamos terrenos completamente cobertos de neve. Tudo branco. Conectado ao wi-fi de bordo, naveguei na internet a 39 mil pes de altitude, pagando um valor bem razoável pelas quatro horas e meia de voo - algo em torno de US$ 14 - se considerarmos os valores praticados no Brasil. Depois, ja sem  bateria no tablet, dormi durante o voo. Aquele zumbido das turbinas me acalentam e é quase impossivel nao cair no sono. Acordei ja na descida para pouso. O clima havia mudado. Nao se via nada la fora, completamente encoberto. Seattle também é famosa pelo clima chuvoso por grande parte do ano e no inverno, nao poderia deixar de ser igual.

Ao sair das nuvens, já na final para pouco, sobrevoamos Boeing Field com seus inumeros Boeing 737 sendo preparados para entrega. Mais alguns minutos sobrevoando lagos, baías, enseadas e áreas residenciais bem arborizadas e pousamos na pista 16C do Seattle-Tacoma International Airport, ou simplesmente "SeaTac". Eram 13h55, hora local. Ou 17h55 em Manaus, de onde saimos as 01h10 daquele mesmo dia, completando quase dezoito horas de viagem. Chovia, como já esperávamos, e a temperatura era de 5 graus.

Sobrevoando Boeing Field e vários 737

757 -200 da Icelandair e A330-300 da Lufthansa em Seattle/Tacoma

Desembarcamos no gate A9 e após pegar as malas na esteira, fomos buscar o carro. O Rental Car Center de Seattle mudou-se para um prédio exclusivo, proximo do aeroporto - como já existe em Miami ou Atlanta, por exemplo - e a ligação entre os terminais e o novo edifício-garagem é feito por ônibus específicos que circulam a cada 15 minutos. Os veículos sao equipados com uma espécie de rack para acomodas as malas e tem um funcionario que ajuda a colocar a bagagem no onibus e a retira-las no ponto final. A viagem dura menos de cinco minutos. Mas quem não vai alugar carro, pode pegar o metro que sai do aeroporto direto para o centro da cidade. Rápido e prático. Saímos do aeroporto e ja começamos os trabalhos - ou a diversão, melhor dizendo - e seguimos direto para Renton, berço dos Boeing 737.

Localizado a nordeste do SeaTac, o aeroporto de Renton possui um "morrinho" junto a cabeceira 34 que tem um estacionamento. Perfeito para fotografar os 737 ainda com sua camada protetora de vinil verde. Havia tres 737 bem em frente a esse ponto, sendo dois comerciais e um da Marinha americana.


Renton, berço do Boeing 737


Boeing 737-800 da Tuifly

Boeing P8 Poseidon da Marinha americana



Depois deste registro, fomos comer alguma coisa, pois para nossos relogios biologicos ja eram quase oito da noite... Jantamos e pegamos a estrada em direção ao norte, rumo a Everett. Depois de mais uma hora de estrada, chegamos a Mukilteo Speedway e entramos no Paine Field Boulevard. Finalmente, chegamos! O hotel Hilton Garden Inn fica na frente do Museum Future of Flight, de onde saem os tours a fábrica da Boeing e, consequentemente, em frente a cabeceira 16R de Paine Field (PAE). Apesar do cansaço, impossível nao fazer os registros iniciais do pátio da fábrica. Havia um dos quatro 747 Dreamlifters parado bem na nossa frente! Sem falar dos Boeing 787 e 747-8. Depois, finalmente fomos descansar. O dia seguinte prometia e muito!


Boeing 787 da All Nippon Airways



Boeing 787 da JAL e Boeing 747-8F da Atlas Air



Boeing 787 da China Southern em special colors


Boeing 747-400 Large Cargo Freighter, o Dreamlifter



Depois, finalmente fomos descansar. O dia seguinte prometia e muito!

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